Toxicidade do selénio (raramente: hiperselenemia) é causada pela ingestão excessiva do elemento não metálico selénio (Se) na dieta.
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Epidemiologia
É menos comum do que a deficiência de selénio. É mais frequentemente observada em algumas partes da Índia, onde existem níveis naturalmente elevados de selénio no solo, que se incorpora nas plantas que aí são cultivadas. Menos comum é a ocorrência de pessoas que sofrem de overdose intencional/acidental em suplementos alimentares ou raramente em certas ocupações (por exemplo, na indústria de processamento de metais) 2.
Apresentação clínica
Apresentação clínica depende de o envenenamento ser agudo ou crónico, com alguma sobreposição:
Toxicidade aguda do selénio
- disfunção cardíaca: hipotensão, taquicardia, edema pulmonar
- li>ECG: QT longo, achatamento/inversão das ondas T 4
- lassitude
- nausea e vómitos
- diarreia
- dor abdominal
- disfunção neurológica e.g. ataxia, tremor, confusão, perda de consciência
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li> fetor oris: odor característico do alho
Toxicidade do selénio crónico (selenose)
Toxicidade do selénio crónico pode apresentar características de toxicidade aguda mais:
- sequelas dermatológicas: frequentemente os sintomas/sinais iniciais
- nausea e.g. fragilidade, leuconíquia, etc.
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- alopecia
Patologia
Selenose pode resultar se a ingestão diária de selénio exceder 400-700 μg por dia (cf. conselho da Academia Nacional de Ciências dos EUA de que os machos adultos devem visar 40-70 μg e as fêmeas 45-55 μg por dia).
O nível de suplementação excessiva que leva à selenose é controverso, um estudo da China sugeriu pelo menos 850 μg diariamente 1.
Estudos laboratoriais demonstram que o selénio excessivo pode ter uma gama potencialmente ampla de actividade contra componentes do SNC, incluindo neurotransmissores, enzimas e os próprios neurónios 2.
O aroma alho característico da toxicidade do selénio deve-se principalmente ao dimetilselenide, uma substância volátil produzida pelas células 4.
Tratamento e prognóstico
O tratamento é principalmente de apoio. A quelação não é recomendada uma vez que a investigação animal sugere que pode paradoxalmente aumentar a toxicidade global 4.
A maior parte dos efeitos tóxicos são reversíveis. A toxicidade aguda/crónica não tratada pode ser fatal 4.