Cultura Política e Opinião Pública

Uma cultura política é um conjunto de atitudes e práticas mantidas por um povo que molda o seu comportamento político. Inclui juízos morais, mitos políticos, crenças, e ideias sobre o que faz uma boa sociedade. Uma cultura política é um reflexo de um governo, mas também incorpora elementos de história e tradição que podem ser anteriores ao regime actual. As culturas políticas são importantes porque moldam as percepções e acções políticas de uma população. Os governos podem ajudar a moldar a cultura política e a opinião pública através da educação, de eventos públicos e da comemoração do passado. As culturas políticas variam muito de estado para estado e por vezes até dentro de um mesmo estado. No entanto, de um modo geral, a cultura política permanece mais ou menos a mesma ao longo do tempo.

Exemplo: Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são ambas democracias, mas cada uma tem uma cultura política distinta. O governo americano deriva os seus poderes de uma constituição escrita redigida por homens que temiam monarcas e governos centrais fortes, razão pela qual dividiram o governo federal em três ramos distintos. Além disso, o sistema político americano é dominado por dois partidos políticos. A Grã-Bretanha, em contraste, tem uma longa história de monarquia e nunca teve uma constituição escrita. Embora a actual monarca detenha o título oficial de chefe de estado, os seus poderes são nominais, deixando o Parlamento – o órgão legislativo – como elemento dominante do governo. E, ao contrário dos Estados Unidos, a Grã-Bretanha tem actualmente quase meia dúzia de partidos políticos que regularmente assentam candidatos no Parlamento.

Cidadania

A cultura política está ligada a noções de cidadania porque a cultura política inclui frequentemente uma ideia do que faz das pessoas bons cidadãos. Um cidadão é um membro legal de uma comunidade política, com certos direitos e obrigações. Porque cada país tem os seus próprios requisitos de cidadania e direitos conexos, a definição de “cidadão” varia em todo o mundo.

Exemplo: Não é surpreendente que países diferentes tenham critérios diferentes para a cidadania. A França confere automaticamente cidadania a qualquer pessoa nascida em território francês através do jus soli (latim para “direito por território”). A Alemanha concede a cidadania através do jus sanguines (latim para “direito pelo sangue”) a pessoas que têm um progenitor alemão. A Lei de Retorno de Israel, entretanto, permite a qualquer judeu mudar-se permanentemente para Israel e tornar-se um cidadão. Os Estados Unidos concedem direitos de cidadania tanto a pessoas nascidas em território americano como a pessoas que têm um progenitor americano.

Características dos bons cidadãos

Um bom cidadão vive à altura dos ideais do regime e encarna muito do que uma determinada cultura política considera importante. Um americano que vive uma vida exemplar mas que não trabalha para ajudar a comunidade, será provavelmente visto como uma boa pessoa mas não como um bom cidadão. Em vez disso, os americanos esperam que bons cidadãos ajudem os outros e tornem a comunidade um lugar melhor através de uma participação activa na vida pública. Nos Estados Unidos, espera-se muitas vezes que um bom cidadão faça algumas ou todas as coisas seguintes:

  • Votar nas eleições
  • Obervar todas as leis locais, estaduais e federais
  • Pagar impostos
  • Ser informado sobre questões políticas
  • li>Voluntariado para ajudar pessoas menos afortunadas

  • Demonstre o patriotismo respeitando a bandeira, cantando o hino nacional, e conhecendo o Juramento de Fidelidade
  • li>Reciclar li>Ajudar a comunidade quando necessário

Cultura Política e Mudança

Cultura Política muda com o tempo, mas estas mudanças acontecem muitas vezes lentamente. As pessoas tornam-se frequentemente estabelecidas nos seus caminhos e recusam-se a alterar as suas atitudes sobre questões significativas. Por vezes, podem ser necessárias gerações para que grandes mudanças ocorram na cultura política de uma nação.

Exemplo: Um exemplo das formas como a cultura política americana tem sido lenta a mudar diz respeito aos direitos das minorias. A Lei dos Direitos de Voto de 1965 autorizou as tropas federais a supervisionar a votação nas eleições federais no Sul, a fim de proteger os direitos de voto dos negros americanos. Embora o projecto de lei tenha sido aprovado há quarenta anos, muitos funcionários governamentais receiam que as tensões raciais no Sul ainda possam ameaçar as liberdades políticas dos negros, razão pela qual o Congresso e o Presidente George W. Bush reautorizaram a Lei dos Direitos de Voto em 2006.

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